Mês: abril 2009
Panô de curvas
Pano de prato
Porta jóia
Experiencia
Recebi este texto de uma amiga. Vale a pena ler e pensar.
responder a seguinte pergunta:
Você tem experiência?
A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos.
REDAÇÃO VENCEDORA:
‘Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar. Já me
queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o
rosto. /Já conversei com o espelho/, e até já brinquei de ser bruxo. Já
quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. Já me
escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.. Já passei trote por
telefone. Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos. Peguei atalho·errado e c ontinuo andando pelo
desconhecido. Já raspei o·fundo da panela de arroz carreteiro. Já me
cortei fazendo a·barba apressado. Já chorei ouvindo música no ônibus. Já
tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais
difíceis de se esquecer. Já subi escondido no·telhado pra tentar pegar
estrela. Já subi em árvore pra roubar fruta. Já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas. Já escrevi no muro da escola. Já chorei sentado no
chão do banheiro. Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro
instante. Já corri pra não deixar alguém chorando. Já fiquei sozinho no
meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. Já vi pôr-do-sol
cor-de-rosa e alaranjado. Já me joguei na piscina sem vontade de voltar.
Já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios. Já olhei a cidade de
cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. Já senti medo do escuro. Já
tremi de n ervoso. Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver
o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com
medo de levantar. Já apostei em correr descalço na rua./ /Já gritei de
felicidade. Já roubei rosas num enorme jardim. Já me apaixonei e achei
que era para sempre, mas sempre era um ‘para sempre’ pela metade. Já
deitei na grama de madrugada vi a Lua virar Sol. Já chorei por ver
amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um
ir e vir sem razão. Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados
pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. E agora um
formulário me interroga? Me encosta à parede e grita: ‘Qual sua
experiência?’ . Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência.
Experiência.. . Será que ser ‘plantador de sorrisos’ é uma boa experiência?
Não!Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de
indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta:
Experiência? Quem a tem? Se a todo o momento tudo se renova?
Escolhas de uma vida – Pedro Bial
A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: “Nós somos a soma das nossas decisões”.
Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.
Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar “minha vida”.
Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.
As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços…
Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.
Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.
Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua…!
Exatamente o que penso sobre a vida, nos somos as nossas escolhas.